domingo, 8 de abril de 2012

Terra de Sonhos (2002)


Qual o peso da morte em nossas vidas? Imenso, é claro! Depois que perdemos alguém que amamos tudo pode mudar, e é sobre essas mudanças um dos temas principais do filme "Terra de Sonhos (In America)", de 2002, dirigido por Jim Sheridan. 

Na história contada pelo diretor, conhecemos Christie, uma menina de 11 anos que narra como esse processo de aceitação (da morte do irmão) mudou sua a vida e de sua família. Logo de Inicio conhecemos todos os personagens dentro de um carro, já que estão acabando de chegar a América. Para eles, essa é a oportunidade de começar tudo do zero, mas nem tudo é tão simples e fácil como pensamos ser. Um lugar novo pode não ser bem uma solução para os nossos problemas.

Nascido em Dublin, Sheridan ficou mundialmente conhecido pelos filmes "Meu Pé Esquerdo" e "Em Nome do Pai" onde dirigiu o excelente ator Daniel Day-Lewis. Em Terra de Sonhos ele acaba nos apresentando a uma excelente história sobre Imigração, relatando os prós e os contras sobre o assunto em questão. Além é claro de, como já foi dito, falar sobre perdas. 

O elenco é incrível, cada um dos integrantes faz uma excelente atuação, porém, o destaque fica mesmo com as irmãs Sarah e Emma Bolger. Samatha Morton também merece atenção, a atriz que interpreta a mãe dessa família, já que foi indicada ao Oscar 2002 pelo papel. E, claro, não podemos nos esquecer de Paddy Considine, que é ator que vem se destacando muito, ainda mais agora com "Tiranossauro", seu primeiro longa metragem como diretor.

O roteiro é cheio de referências ao filme "ET- O Extraterrestre" de 1982. A trama se passa na época de seu lançamento e os personagens até assistem ao filme no cinema. De início isso aparenta ser apenas uma singela homenagem a esse clássico de Steven Spielber, mas as referências ganham peso quando um dos personagens (Interpretado por Djimon Hounson, que também foi indicado ao Oscar pelo papel) usa a história para tentar explicar a uma das irmãs o "porque" da "Morte". Aliás, essa cena é de chorar!

Está aí mais um filme feito para emocionar e nos fazer refletir sobre nossas próprias vidas. Com certeza vale a pena ver e rever sempre essa jornada familiar. Ainda mais tendo um elenco tão bom e um diretor excepcional.

ASSISTA O TRAILER DE TERRA DE SONHOS

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Following (1998)


Ao assistir um filme de um diretor iniciante não é tão fácil abrir a boca e dizer “Esse tem um grande futuro pela frente”. São poucos os casos onde podemos dizer isso com total certeza. Não sabemos ao certo o que pode acontecer durante a carreira desse diretor, e nem todos encontram oportunidades de mostrar seu trabalho e assim se superar. Peguem como exemplo Richard Kelly, que mandou super bem com Donnie Darko e não conseguiu o mesmo com seus outros filmes.

Após terminar de ver Following fiquei pensando, será que alguém, na época, comentou algo sobre Christopher Nolan e essa questão? Podem ter detonado o filme, como sempre acontece. Bom, é difícil dizer ao certo, mas nesse caso pode ser diferente pois "Following" é um grande filme, tão bom quanto os trabalhos mais recentes do diretor. Todo talento de Nolan está nítido na tela, e era meio óbvio que ele se tornaria um grande diretor.

Com um elenco desconhecido - e bom -, uma fotografia em preto e branco e uma excelente trilha sonora; Following nos apresenta a história de um jovem escritor desempregado que segue pessoas desconhecidas pela rua. Para não cria confusão e assustar essas pessoas ele cria algumas regras como, por exemplo, nunca seguir uma mesma pessoa duas vezes.

Um belo dia ele quebra essa regra, e assim acaba conhecendo Cobb (Mesmo nome do personagem de Leonardo DiCaprio em A Origem), um sujeito de terno que percebe estar sendo seguido pelo escritor e resolve abordá-lo. Logo o escritor (detalhe, o personagem não tem nome) descobre que Cobb não passa de um ladrão, e, a pedido do mesmo, resolve acompanhá-lo em alguns roubos. 

Para nossa sorte Christopher Nolan não se perdeu pelo caminho. Assistindo esse filme é possível se lembrar de todos os outros trabalhos do diretor, principalmente de Memento (Amnésia), já que aqui também temos uma trama simples que se torna grandiosa e impactante com a edição. 

Following é um filme rápido, não só por causa da duração, mas também por prender nossa atenção.

VEJA O TRAILER DE "FOLLOWING"

domingo, 1 de abril de 2012

Fahrenheit 451 (1966)


Ao assistir o filme Fahrenheit 451, de 1966, é quase impossível não se lembrar de uma época histórica mundial, onde, no chamado "Grande Queima de Livros", os nazistas destruíam todos os livros que considerassem ter um conteúdo impróprio. No caso desse filme não é só os livros que são proibidos, mas sim, a leitura em geral.

Dirigido pelo francês François Truffaut e adaptado de um livro homônimo de Ray Bradbury, o filme mostra um futuro onde um regime proíbe qualquer tipo de leitura, e todo material literário encontrado é queimado. O filme apresenta algumas coisas totalmente ao contrário do que realmente seriam. O principal exemplo e que os bombeiros, que normalmente apagam fogo, no universo do filme são responsáveis pela queima dos livros e pela prisão de quem infringir a lei contra leitura.

Na história, Montag - interpretado por Oskar Werner - é um desses bombeiros. Ele faz tudo como é ordenado, mas depois de um tempo começa a sentir uma necessidade de saber o que os livros trazem, e ao ler alguns, passa a questionar o tal regime imposto. Além de Oskar Werner, o longa também conta com a presença da atriz Julie Christie, que interpreta duas personagens, a mulher de Montag e uma rebelde que ele acaba conhecendo.

Ao ajudar Linda (a rebelde), o bombeiro acaba descobrindo que existe uma comunidade formada por pessoas que conseguiram se isolar do resto da sociedade e não seguem as regras impostas pelo regime. Essas pessoas são conhecidas como "Pessoas-Livro", já que cada um é o livro que decidiu decorar. Ou seja, a leitura pode até ser proibida e os livros podem até ser queimados, mas , essa pessoas encontraram uma maneira de preservar os conhecimentos impressos nos livros.

Isso é o que mais gostei no filme, nos faz pensar que livro iríamos decorar caso vivêssemos sob esse regime. 

Algo bem impactante em Fahrenheit 451, para quem é apaixonado pela leitura, é ver exemplares de livros importantes sendo queimados. O primeiro a aparecer no filme é Don Quixote, que como todos devem saber é um dos livros mais lidos em todo o mundo. Outros títulos também aparecem de relance, e uma coisa legal é você tentar identificá-los.

Está ai um filme que me impressionou bastante, François Truffaut conseguiu misturar ficção científica e Nouvelle Vague de uma forma excelente. Outra coisa, imagine só você viver em uma época onde a leitura é proibida? Melhor, nem precisa imaginar, assista o filme e verá como seria viver dessa maneira.

Curiosidades:

Tem uma cena em que Montag está lendo quadrinhos, mais na folha só contém os desenhos, os balões com a parte escrita não existem.

François Truffaut e o ator Oskar Werner brigaram feio durante as filmagens e não se falaram mais.O nome do filme " Fahrenheit 451 é referência a temperatura em que os livros são queimados.

Outra coisa interessante é que os créditos iniciais do filme não são escritos, é tudo narrado.